segunda-feira, 19 de abril de 2010

#debaixodosorriso

As solas deixaram marcas no piso de taco. Onde se arranja tanta terra na cidade grande? A chave ficou pra fora. Mais tarde o vizinho dindonga avisando. Ela chegou triste. Ou ela chegou feliz. Mas se está feliz é porque primeiro esteve triste. E eu sei que um não existe sem o outro. Eu vi quando ela deixou o celular em cima do sofá e foi pro quarto dormir. Eu ouvi quando o celular apitou às quatro da manhã. Mensagens costumeiras que já cortaram sono tantas noites. Que no final das contas não significam nada. No dia seguinte são apenas farelos de um impulso. Uma saudadezinha fermentada pelo álcool. Saudade à qual ela não responde mais. E não é indiferença. E não é estratégia. Apenas a tranquilidade cobiçada. Ela. A senhorita.
Nunca consegui ouvir seu nome. As mensagens me contariam? Ou seria um spam sem destinatário para quatro ou cinco garotas vulneráveis como ela. Como ela um dia foi! E não é mais. Não será. Não mais diante de seguranças efêmeras de um romance que um dia pode ser. Desse romance não. De outro talvez. #cuidadosenhorita... Não vá achar que redomas crescem conforme os dias passam.
Gostaria de olhar nos seus olhos e advertí-la pelo nome.

2 comentários:

Clarice, a Escova de Dentes disse...

vocês protegem demais essa menina.

Dri disse...

Lindo texto, Pri, parabéns. Fazia algum tempo que não acessava.